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Empresa que fez Corinthians sonhar com Cavani e Suárez é desconhecida entre barões do agronegócio paulista - ESPN.com.br

Rafael Valente, de Araçatuba (SP), e Thiago Cara, de São Paulo (SP)

Corinthians e Taunsa firmaram parceira em dezembro do ano passado, mas a empresa, com sede em Araçatuba, ainda não fez os pagamentos referentes ao salário de Paulinho.


Nenhum dos chamados barões do agronegócio da região noroeste do estado de São Paulo conhece ou já ouviu falar do Grupo Taunsa, a parceira do Corinthians que chegou a fazer o clube sonhar com a contratação dos atacantes uruguaios Edinson Cavani e Luis Suárez no início deste ano.
Os poucos que ouviram falar da empresa a relacionaram somente ao noticiário da última semana, quando veio à tona que a Taunsa não fez ao Corinthians o repasse de parte dos valores referentes ao pagamento do volante Paulinho. O clube paulista manteve os salários do jogador em dia e atribuiu o problema a uma questão de "fluxo de caixa" da empresa.
O desconhecimento da empresa entre grandes empresários foi o que constatou a reportagem da ESPN na última semana, quando visitou Araçatuba, cidade apontada como berço da empresa - que, na verdade, foi criada em Campinas, a cerca de 400 km dali - e sua sede administrativa desde 2017.
Foram abordadas 30 pessoas, ligadas à vida social, financeira e estrutural da região, como funcionários públicos, motoristas profissionais, pessoas do comércio e também influentes na vida política e no esporte local. Todos disseram não conhecer a empresa.
“Se ela é tão forte no agronegócio como se autodenomina, talvez os empresários do setor possam te ajudar”, disse um dos funcionários da prefeitura à reportagem.
Mas nem mesmo no Sindicato Rural da Alta Noroeste (Siran), o órgão mais relevante no assunto em toda a região noroeste do Estado, e que fica próximo ao centro de Araçatuba, a Taunsa é conhecida.
Ao repercutir o nome da empresa entre os barões do agronegócio o resultado foi o mesmo.
Um deles ficou admirado ao ouvir a descrição do objeto social na ficha cadastral da empresa (onde deve constar todas as atividades da empresa) e disse: “Fazem tudo isso e não são conhecidos por ninguém aqui?”.
A descrição diz, entre outras coisas, que a Taunsa tem como foco ser representante comercial e agente do comércio de máquinas, equipamentos, embarcações e aeronaves; também comércio de matérias primas agrícolas e animais vivos; comércio atacadista de cereais e leguminosas, farinhas, amidos etc; representantes e comerciais e agentes do comércio de peças e acessórios para veículos, entre outros.
“Oferecer produtos de qualidade superando a expectativa de nossos clientes e parceiros estabelecendo relações duradouras pautadas na ética e responsabilidade sócio ambiental, promover e reconhecer o crescimento do nosso capital humano”, informa a empresa como sendo essa sua missão.
“Ser referência no mercado agrícola nacional e internacional, integrando crescimento financeiro com redução do impacto ambiental e desenvolvimento social”, diz, como visão no mercado do agronegócio.
O site da empresa também diz que ela tem hoje capacidade para armazenar 270 mil toneladas de grãos por safra, o que especialistas do ramo disseram a reportagem que equivale a "4,5 milhões de sacos de grãos". A produção brasileira de soja deve totalizar neste ano 130 milhões, segundo a consultoria Datagro, informou o portal "Canal Rural".
Alguns empresários do agronegócio questionaram se a Taunsa era mesmo de Araçatuba, uma vez que disseram jamais ter ouvido falar da empresa na cidade ou mesmo por produtores da região.
O presidente do Siran, Thomaz Rocco, enfatizou. “Ela não é conhecida por nós. O que significa dizer que o Siran, o órgão mais representativo do setor, nunca ouviu falar dessa empresa”.
O desconhecimento se estende até para as mídias que acompanham o setor.
O "Canal Rural", portal mais acessado e conhecido no meio, citado pelos empresários até como referência, tem apenas uma notícia da Taunsa publicada. Ela é de 15 de dezembro passado, quando a parceria com o Corinthians foi tornada pública pelo dono da empresa, o empresário Cleidson Augusto Cruz, ao lado do presidente corintiano, Duílio Monteiro Alves.
Também em dezembro, já como parceiro do Corinthians, Cleidson falou com o jornal "Valor" e revelou plano de investimento de R$ 5,7 bilhões nos próximos seis anos para "tentar se tornar uma das três maiores exportadoras de soja do Brasil até 2028"...

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